DIVERGÊNCIA ENTRE ESTADO E PREFEITURA PODE IR À JUSTIÇA

As divergências entre o governo do estado e a prefeitura de Salvador em relação à licitação do transporte público da capital baiana podem ser levadas à Justiça. Na segunda-feira, 14, ao ser indagado sobre a questão, o governador Jaques Wagner (PT) não descartou essa possibilidade. "Vou avaliar calmamente, porque estou pensando, principalmente, é no interesse público. Numa licitação onerosa, vai ganhar quem paga mais, e, é evidente, a empresa (vencedora) vai tirar isso do povo", diz o governador. Wagner lamentou, ainda, o fato de o prefeito ter levado para o "palanque" um assunto que deveria ser tratado tecnicamente entre os governos municipal e estado. "Fiz várias tentativas para conversar, mas nunca foi adiante. Fiz uma carta técnica e ao invés de Neto responder, preferiu ir para o palanque", criticou o petista. O secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Manuel Ribeiro, disse que teme pela integração operacional e tarifária do sistema de mobilidade, que, afirma, ficará comprometido com o modelo de outorga onerosa. O prefeito ACM Neto reagiu às críticas. "Acho lamentável que o governador queira criticar a licitação de transportes exatamente em um dos pontos que acho positivo, que é o fato de que a prefeitura vai fazer a licitação e, mesmo assim, ainda vai levantar R$ 160 milhões que serão revertidos para investimentos, mobilidade urbana, em soluções de transporte". Para Neto, Wagner é que está dando conotação política à questão. "Só agora, quando o processo licitatório está terminando, mais de um ano depois e às vésperas da eleição, ele faz isso". (As informações do A Tarde)