domingo, 18 de maio de 2014

APÓS 27 ANOS, TRECHO DA FERROVIA NORTE-SUL SERÁ INAUGURADO

Na reta final das inaugurações antes de se iniciar o período de proibição por causa da lei eleitoral, a presidente Dilma Rousseff abriu espaço na agenda para entregar trechos de pelo menos duas obras emblemáticas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois de visitar a transposição do Rio São Francisco, na semana passada, ela pretende inaugurar na quinta-feira 855 km da Ferrovia Norte-Sul, ligando Palmas (TO) a Anápolis (GO). A linha será entregue 27 anos após a emissão da primeira licença ambiental para sua construção. Só no governo de Dilma, podem-se contabilizar três anos de atraso na inauguração. Na correria antes da festa, operários se revezam 24 horas por dia para deixar tudo pronto. E, embora a linha já esteja instalada, ainda ficará faltando um complemento: mais 800 metros que farão a ligação, em Anápolis, da Norte-Sul com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O governo ainda enfrenta outro problema na construção de ferrovias: a falta de trilhos. Na sexta-feira, o ministro dos Transportes, César Borges, embarcou para a China. Vai, ao lado do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, “vender” as ferrovias brasileiras a investidores. Mas reservou um tempo na agenda para cobrar do fornecedor, a Pangang, a entrega da mercadoria. No melhor cenário, o material começará a chegar daqui a três meses. Era esperado para o final de 2013. A Pangang foi contratada por ser a única concorrente no terceiro leilão da Valec para comprar trilhos. As duas tentativas anteriores, suspensas por indícios de irregularidade e dúvidas quanto à qualidade do material, foram vencidas pela mesma Pangang. Na terceira tentativa, o governo exigiu melhoria no produto e garantias financeiras adicionais, mas mesmo assim enfrenta dificuldades. Esse problema não afeta o trecho a ser inaugurado por Dilma, mas prejudica a continuação da Norte-Sul, que vai de Goiás ao oeste paulista, chamada de extensão sul da linha. Os planos do governo são inaugurar esse trecho, entre Ouro Verde (GO) e Estrela d’Oeste (SP), no final de 2015. Segundo o balanço da Valec de dezembro de 2013, 50% da obra estão concluídos. Por falta de material, a Valec cogitou pegar trilhos emprestados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) - que administra as rodovias federais, mas também tem alguns trechos de linha férrea sob sua responsabilidade. Mas, por ora, está trabalhando com o material que sobrou do trecho Palmas-Anápolis. (As informações do Estadão)

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